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14/05/2011

Coisas de mãe para filha

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Coisas de Mãe para Filha (R$ 57) traz o depoimento de 23 mulheres, como a senadora Marina Silva e a monja zen-budista Monja Coen, sobre a experiência de ser mãe. A cada pensamento, uma nova visão do mundo, com uma vontade em comum: transmitir um legado a suas filhas. Em sua estreia para o público adulto, com o selo Outono, a editora Brinque-Book traz ainda belas intervenções gráficas e visuais, como o capítulo da artista plástica Denise Milan, que preferiu representar as relações familiares por meio de uma escultura.
   Divulgação
Editora Brinque-Book, R$ 57. Nas lojas, a partir do dia 20 de abril
Confira alguns trechos do livro a seguir: 
“O que eu diria à minha filha se eu tivesse de completar a frase: ‘Filha, eu não podia deixar de lhe dizer...’ Que conselho, que chave, que charada? Que mapa, que mina, que tesouro? Que senha, que segredo, que dogma? Que receita, que fórmula, que certezas? De quais virtudes falar? Que excessos evitar? Que erros cometer? Que regras quebrar? Que valores respeitar? Que histórias guardar? Que episódios esquecer? Que armas carregar, que defesas, que ferramentas? Do que falar? Deus? Filtro solar? Amor? Salvação do planeta? Carreira? Terapia? Meditação?”. 
Hilda Lucas, escritora 

"Uma palavra para vocês três (e que, espero, o Danilo também leia)
Sonho é algo de que a gente não pode abrir mão, nunca. Renunciar aos nossos sonhos essenciais, supostamente em favor do outro, é sempre uma conta que acabamos cobrando de alguma forma. Sinto-me uma mãe feliz, agradecida, porque fui capaz de preservar os meus sonhos fundamentais e hoje posso deixá-los como legado ou testemunho de que só aprendemos a voar, voando. 
Nunca enxerguei vocês como impedimento para a realização dos meus sonhos, assim 
como também nunca me vi como empecilho para que constituam os próprios sonhos. 
Devemos preservar o que é essencial na utopia, no nosso desejo, porque é isso que 
deixamos para os filhos: um espaço de desejo para que se realizem".
Marina Silva, senadora do Acre pelo Partido Verde e ex-ministra do meio ambiente 

"Sentia-me livre e feliz com sua existência, minha pequenina filha. Mas não havia 
tempo para você. Seu pai fora embora durante a gravidez. Curti cada instante de sua 
formação, seus pezinhos batendo em minha barriga. Você sabe disso, agora que também é mãe. Aliás, mãe de adolescente. 
Eu perdi sua adolescência. Estava longe. Nos encontrávamos raramente – duas vezes 
por ano? Menos até. 
Era uma alegria revê-la. Emoção. Lágrimas, abraços. Depois tínhamos de nos despedir e de novo chorávamos muito. 
Na verdade, mal nos conhecemos, embora tenhamos essa intimidade visceral. 
Seria bom se nos conhecêssemos melhor. 
Às vezes, vejo você menina, e você insiste em dizer que é mulher adulta. 
É mulher adulta e é menina".
Monja Coen, monja zen-budista 

"Eu senti, no ato, o momento em que engravidei. Senti um quente lá dentro, no útero, durou uns dias. Tanto que, na hora em que veio o teste positivo da gravidez, não estranhei: pirei. 
Ter filho nunca chegou a figurar em meus planos. Estava com 27 anos de idade, a milhão, na busca de minha carreira, de ser alguém na vida. Foi o pai, o Paulo Leite, quem se alegrou todo ao se saber grávido. No ato relevei, encarei com amor e essa foi a primeira lição de vida que minha filha me passou: 
— Aceitar com amor o mistério da vida".
Renata Falzoni, cicloativista         FONTE:revistacrescer.globo.com 

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