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29/08/2011

Leite materno contra a asma


                                 A defesa do leite materno no combate à asma

Que a amamentação exclusiva durante os primeiros meses de vida do bebê é importantíssimo para o seu desenvolvimento e crescimento ninguém mais duvida. Não dá nem para contar nos dedos a quantidade de benefícios que o leite da mamãe proporciona ao bonitinho que surgiu no mundo. Pesquisadores informam que a amamentação também pode ser uma arma contra a asma.

A asma é uma doença inflamatória dos brônquios e tem como sintomas tosse, chiado no peito e falta de ar. A frequência com que a asma aparece é variável, mas constantemente prejudica as brincadeiras, sono e estudos da criança que apresenta essa doença respiratória.
O estudo feito pelo Instituto Karolinska, na Suécia, destaca que a mãe ao amamentar exclusivamente seu bebê durante pelo menos os primeiros quatro meses transfere para o filho anticorpos e proteínas que podem impedir o aparecimento de infecções.
Os estudiosos suecos avaliaram cerca de quatro mil crianças, sendo estas acompanhadas até os oito anos de idade. Os resultados da pesquisa indicam que as crianças que foram amamentadas exclusivamente por pelo menos quatro meses de vida apresentaram menor ocorrência de asma do que as crianças que foram amamentadas por menos tempo.
Segundo os resultados da pesquisa, bebês alimentados exclusivamente pelo leite materno por quatro meses ou mais de vida têm 37% menor risco de asma. Outra conclusão do estudo é que o aleitamento materno foi associado a uma melhor função pulmonar aos oito anos de idade.
Poderoso leite - Outro estudo feito com 7.000 crianças e adolescentes entre seis e 15 anos, feito na Universidade de Sunderland (Reino Unido) indica que as crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses de vida tiveram menores taxas de prevalência de asma, rinite e eczema, e o efeito foi mais evidente em meninos do que em meninas.
Amamentar é bom tanto para a mamãe quanto para o bebê e esse benefício é levado para o resto da vida dos dois. Siga as orientações necessárias e busque ajuda para que a sua amamentação seja realizada adequadamente.

28/08/2011

Leite empedrado não impede amamentação


Uma das maiores dificuldades encontradas pelas mães logo no início da amamentação é quando o leite “empedra”, deixando as mamas duras e causando dores o que dificulta a amamentação. Saiba que esse é um problema temporário, mas que deve ser solucionado para que não ocorra maiores complicações ou até mesmo o desmame precoce.
Mamãe amamentando o bebê
O ingurgitamento, conhecido como empedramento do leite, é um dos motivos que faz com que a mulher desista da amamentação, já que com ele aparece dor, fissuras no bico, febre local e até generalizada. Além disso tudo, existe a dificuldade de pega do bebê, que o faz chorar, deixando a mamãe nervosa. Com tudo isso, a mamãe acaba por introduzir o leite artificial.
O empedramento acontece por um simples motive. A mulher no início da amamentação produz mais leite do que o bebê precisa. Essa sobra de leite endurece, criando nódulos, prejudicando mamãe e bebê.
“Para conseguir minimizar o problema, o primeiro passo é amamentar em livre demanda, isto é, amamentar a hora que o bebê estiver com fome. Não é de três em três horas nem de duas em duas. É a hora em que o bebê tiver vontade”, explica a fonoaudióloga Jamile Elias.
Outra dica que a especialista em amamentação oferece é a massagem seguida da ordenha manual. Isso mesmo. Retirar o leite das mamas sem uso da bombinha. Primeiro a mamãe deve realizar a massagem em movimentos circulares com as pontas dos dedos indicador e médio sempre do bico para a base procurando os nódulos e mantendo a outra mão como apoio. Depois colocar os dedos indicador e polegar em forma de “C” no final da região areolar (e não no bico) e realizar movimentos rítmicos para a saída do leite.
Massagear e retirar o leite até a mama ficar mais macia e confortável para uma boa pega do bebê (abocanhar a aréola toda), em média 15 minutos.
Nessas horas, muitas teorias e supostas soluções infalíveis aparecem. Não leve a sério tudo que falarem. Por exemplo, o mito de que realizar compressas de água quente nos seios ingurgitados ou tomar banho com água quente. Pode ser que a primeira sensação seja de alívio, mas a água quente estimula a produção do leite. Ou seja, minutos depois as mamas estarão mais cheias do que antes.
Portanto, prefira compressas de água fria e banhos de mornos a frios. Consulte sempre um profissional.
Bruno Rodrigues

27/08/2011

O perigo da hipertensão na gravidez

Esse mal acomete um número considerável de grávidas e pode trazer consequências tanto para a mãe como para o bebê. Felizmente, é possível assumir as rédeas do problema. Veja como

A combinação entre muito sal na dieta, sedentarismo e maus hábitos em geral deflagra uma doença que atinge de 5 a 7% das grávidas brasileiras. Trata-se da hipertensão gestacional, um problema que pode comprometer a saúde e a vida da futura mamãe e a do bebê.

A hipertensão gestacional é uma complicação que acompanha entre 5 e 7% das grávidas brasileiras. O aumento da pressão é um mal que pode comprometer a saúde e a vida tanto da mãe quanto do bebê. Alberto D’Auria, médico obstetra e diretor do Hospital Maternidade Santa Joana, na capital paulista, é taxativo: “Maus hábitos e alimentação desequilibrada. Aí está a origem de praticamente todos os problemas de saúde”. Para ele, ainda, o aumento da pressão durante a gestação se inclui nessa sentença.

Patrícia Miziara Montalvão, 26 anos, advogada, é um exemplo de como a união de maus hábitos alimentares pode ser fatal. Ela não poupou seu paladar, sempre voltado para comidas salgadas, durante a gestação, não fez restrições alimentares e não praticava atividades físicas, até mesmo porque nunca apresentou problemas de peso. Patrícia estava no sexto mês da sua primeira gravidez quando, num exame de rotina de pré-natal, constatou o aumento da pressão. Entre idas e vindas ao médico, picos da pressão de até 18/11 e várias tentativas em controlá-la com medicamentos, ela chegou ao limite entre a vida e a morte. Patrícia mora em Santa Maria do Tocantins e teve que ser levada às pressas para Brasília. A médica que a recebeu se assustou com seu estado: ela estava muito inchada e, assim que foi internada, começou a ter convulsões. O parto foi induzido algumas horas depois: “Quando tiraram Ana Letícia e junto a placenta, na hora minha pressão se normalizou”, conta Patrícia. “Mas não apontaram a placenta como a única causa da hipertensão. Tive uma gravidez tumultuada, com muito estresse e hábitos alimentares péssimos. Tinha desejo por tomate cru com sal todos os dias!”

Entenda o que é a hipertensão gestacional, os motivos que caracterizam a doença e saiba o que você deve fazer para se prevenir.
1. O que é a hipertensão na gravidez?
O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). Esse é um dos distúrbios mais comuns em grávidas e se apresenta de duas formas: como pré-eclâmpsia e eclâmpsia.

A pré-eclâmpsia é o aumento da pressão arterial acompanhada da eliminação de proteína pela urina. Normalmente, essa complicação começa depois da 20ª semana de gravidez. Quando não tratada adequadamente, pode culminar na própria eclâmpsia, a reta final da doença. Ela se caracteriza pela pressão muito elevada escoltada de outros sintomas mais graves, como convulsões e inchaços. Nesse estágio da DHEG, a vida da mãe e do bebê entra em risco.

16/05/2011

Só 15% dos casais diz que a vida sexual piorou depois dos filhos

ShutterstockAo contrário do que muita gente pensa, não é para todos os casais que a chegada das crianças atrapalha a vida sexual. Para muitos, aliás, pode até melhorar. Isso é o que mostra uma pesquisa DATAFOLHA feita com mais de 1800 pessoas entre 18 e 60 anos, em 125 cidades do país. Dos entrevistados, apenas 15% afirma que a vida sexual piorou depois das crianças. 

Para Cristina Romualdo, uma das coordenadoras do Instituto Kaplan - Centro de Estudos da Sexualidade Humana, uma das razões para explicar o resultado é que a satisfação em ter um filho pode ser, sim, um afrodisíaco para o casal. “O prazer com o nascimento do bebê é como uma confirmação de que o relacionamento do casal vai bem, é uma felicidade para os dois“, diz. Tanto que, para 26% dos entrevistados, o sexo até melhorou. 

E outro aspecto que talvez você nunca tenha visto como um ponto positivo também é salientado pela especialista: a volta ao mercado de trabalho. “A mulher se valoriza não só como ‘mãe’, mas também dá mais atenção à relação com o parceiro”, diz Cristina. E, quando o homem compartilha os cuidados com as crianças, também ganha vantagens. “O fato de ele estar cada vez mais participativo na criação dos filhos acaba tornando-o mais íntimo de sua mulher e a relação melhora”, afirma a especialista. 

A cumplicidade foi justamente o que melhorou na vida do casal *Ana Maria, 39 anos, consultora de imagem, e João Henrique, 33, advogado, com o nascimento da pequena Sara, hoje com 6 meses. “Dois meses depois do parto a nossa vida sexual voltou ao que era antes. E se teve algo que melhorou, foi o fato de ficarmos ainda mais próximos”, diz Ana Maria. Para ela, o segredo é apostar em uma conversa franca e na parceria que já existia antes do bebê nascer. “Os dois precisam entender que essa é uma fase e também se adaptar à nova rotina. Nós sempre saíamos para namorar, dar uma volta, e hoje em dia ainda não conseguimos ir com a nossa filha a outro lugar que não seja o shopping. Agora, ficamos mais em casa, fazemos sessões de DVD e, por enquanto, como a Sara ainda é bebê, não tem o risco de ir até o quarto, de nos chamar à noite...”, diz Ana Maria. 

Um momento a dois 

E por que ainda tem quem reclame das mudanças na vida sexual após os filhos? O motivo principal para aqueles 15% que ainda se queixam é a falta de tempo. Para 53% dos entrevistados, o problema maior é fato de os filhos exigirem muita atenção; já 33% apontaram como causa o cansaço gerado pelo dia a dia com as crianças e outros 33% acreditam que depois de ter filhos, outras preocupações atrapalham a rotina. 

Segundo Ana Menzel, psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), a chegada de uma criança no casamento traz mudanças, e não só no relacionamento do casal, mas na vida de uma forma em geral. Por isso, atualmente, muitas mulheres adiam a gravidez por conta da profissão. “O filho deve ser um projeto do casal. Para isso, é preciso que o homem e a mulher conversem abertamente sobre a reorganização que vão ter de fazer em suas vidas com o nascimento da criança”, diz. E a maturidade para se adaptar à nova rotina independe da idade de ambos. “Há aqueles jovens que não têm problema e alguns mais maduros que sentem mais dificuldade de se organizar”, afirma Menzel. 


Um dos estresses no casamento com a chegada de um bebê, principalmente no primeiro ano, é a falta de tempo que a mulher tem com o marido - e vice-versa. Por isso, é fundamental criar momentos a sós para o casal, como sair para jantar, ir ao cinema, teatro. “No entanto, para a mulher, nos primeiros meses com o bebê em casa, sair, mesmo que por uma horinha, pode ser motivo de grande ansiedade”, diz Ana Menzel, psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). 

*Os nomes são fictícios. A entrevistada preferiu não se identificar FONTE:.revistacrescer.globo.com

15/05/2011

Qual é o melhor lugar do mundo para ser mãe?

A Noruega. Esse é o resultado de uma análise feita pela organização americana Save The Children. Saiba por quê
Você já parou para pensar como é ser mãe em outros países? Seria a mesma coisa ter um filho no Brasil ou nos Estados Unidos? Como é criar uma criança no Oriente? Quais são as vantagens e dificuldades da maternidade ao redor do mundo? Foi com o intuito de avaliar essas diferenças que a organização americana Save the Childrenpublicou recentemente a 12ª edição de seu ranking anual com os melhores e, consequentemente, os piores lugares do mundo para ser mãe. 

Os dados trazem os resultados de uma análise feita a partir das condições de saúde, educação e economia de mães e crianças em 164 países. O topo do ranking coroou aNoruega como melhor país do mundo para a maternidade. A Austrália aparece em segundo lugar, seguida pela Islândia, Suécia, Dinamarca e Nova Zelândia. Do outro lado da lista a situação é mais sombria. Afeganistão é considerado o pior país para ser mãe. Níger e Guiné Bissau ficam em penúltimo e antepenúltimo lugar. 

O Brasil entrou em uma lista diferente, que classifica apenas países em desenvolvimento (as listas estão divididas em países desenvolvidos, em desenvolvimento e menos desenvolvidos). Dentre os 80 países escolhidos para esse ranking, ficou em 12º lugar, atrás dos vizinhos latino-americanos Argentina (4º), Uruguai (7º) e Colômbia (11º). 
Muitas diferenças 
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Uma maneira simples de se ter uma ideia da diferença entre os países é comparando alguns dados. De acordo com o Save The Children, 1 em 860 mulheres brasileiras correm o risco de morrer devido a complicações do parto. Na Noruega este número de 1 em 7.600 e no Afeganistão, de 1 em 11. A expectativa de vida de uma brasileira é de 77 anos, enquanto no país europeu é de 83 e no país do Oriente Médio, espera-se que uma mulher viva em torno de 45 anos. 

De acordo com Giselle Groeninga, psicanalista e diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDfam), um dos maiores desafios das mulheres brasileiras é o acúmulo de tarefas, a sobrecarga, e isso é um reflexo da sociedade em que vivemos. “O ideal de mulher disseminado é o daquela bem cuidada, boa mãe, boa profissional, boa companheira, independente e autônoma em todos os aspectos. Um ideal impossível de se atingir”, diz. Isso sem contar que ainda há um longo caminho pela frente, em especial no que se refere ao incentivo à maternidade, tanto por parte das empresas quanto do governo.
E para você? Como é ser mãe no Brasil?

FONTE:revistacrescer.globo.com

14/05/2011

Coisas de mãe para filha

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Coisas de Mãe para Filha (R$ 57) traz o depoimento de 23 mulheres, como a senadora Marina Silva e a monja zen-budista Monja Coen, sobre a experiência de ser mãe. A cada pensamento, uma nova visão do mundo, com uma vontade em comum: transmitir um legado a suas filhas. Em sua estreia para o público adulto, com o selo Outono, a editora Brinque-Book traz ainda belas intervenções gráficas e visuais, como o capítulo da artista plástica Denise Milan, que preferiu representar as relações familiares por meio de uma escultura.
   Divulgação
Editora Brinque-Book, R$ 57. Nas lojas, a partir do dia 20 de abril
Confira alguns trechos do livro a seguir: 
“O que eu diria à minha filha se eu tivesse de completar a frase: ‘Filha, eu não podia deixar de lhe dizer...’ Que conselho, que chave, que charada? Que mapa, que mina, que tesouro? Que senha, que segredo, que dogma? Que receita, que fórmula, que certezas? De quais virtudes falar? Que excessos evitar? Que erros cometer? Que regras quebrar? Que valores respeitar? Que histórias guardar? Que episódios esquecer? Que armas carregar, que defesas, que ferramentas? Do que falar? Deus? Filtro solar? Amor? Salvação do planeta? Carreira? Terapia? Meditação?”. 
Hilda Lucas, escritora 

"Uma palavra para vocês três (e que, espero, o Danilo também leia)
Sonho é algo de que a gente não pode abrir mão, nunca. Renunciar aos nossos sonhos essenciais, supostamente em favor do outro, é sempre uma conta que acabamos cobrando de alguma forma. Sinto-me uma mãe feliz, agradecida, porque fui capaz de preservar os meus sonhos fundamentais e hoje posso deixá-los como legado ou testemunho de que só aprendemos a voar, voando. 
Nunca enxerguei vocês como impedimento para a realização dos meus sonhos, assim 
como também nunca me vi como empecilho para que constituam os próprios sonhos. 
Devemos preservar o que é essencial na utopia, no nosso desejo, porque é isso que 
deixamos para os filhos: um espaço de desejo para que se realizem".
Marina Silva, senadora do Acre pelo Partido Verde e ex-ministra do meio ambiente 

"Sentia-me livre e feliz com sua existência, minha pequenina filha. Mas não havia 
tempo para você. Seu pai fora embora durante a gravidez. Curti cada instante de sua 
formação, seus pezinhos batendo em minha barriga. Você sabe disso, agora que também é mãe. Aliás, mãe de adolescente. 
Eu perdi sua adolescência. Estava longe. Nos encontrávamos raramente – duas vezes 
por ano? Menos até. 
Era uma alegria revê-la. Emoção. Lágrimas, abraços. Depois tínhamos de nos despedir e de novo chorávamos muito. 
Na verdade, mal nos conhecemos, embora tenhamos essa intimidade visceral. 
Seria bom se nos conhecêssemos melhor. 
Às vezes, vejo você menina, e você insiste em dizer que é mulher adulta. 
É mulher adulta e é menina".
Monja Coen, monja zen-budista 

"Eu senti, no ato, o momento em que engravidei. Senti um quente lá dentro, no útero, durou uns dias. Tanto que, na hora em que veio o teste positivo da gravidez, não estranhei: pirei. 
Ter filho nunca chegou a figurar em meus planos. Estava com 27 anos de idade, a milhão, na busca de minha carreira, de ser alguém na vida. Foi o pai, o Paulo Leite, quem se alegrou todo ao se saber grávido. No ato relevei, encarei com amor e essa foi a primeira lição de vida que minha filha me passou: 
— Aceitar com amor o mistério da vida".
Renata Falzoni, cicloativista         FONTE:revistacrescer.globo.com 

Adoção: Pai e mãe, dois pais ou duas mães?

Adoção: Pai e mãe, dois pais ou duas mães? - Isso não afeta em nada o desenvolvimento das criançasPara as crianças adotadas isso é o de menos. Um estudo norte-americano acompanhou 106 crianças adotadas em idade pré-escolar e comprovou que todas mostraram um desenvolvimento cognitivo adequado, não importando se os pais eram heterossexuais, gays ou lésbicas. Ou seja, o que importa mesmo é a disponibilidade para receber as crianças, a troca afetiva e a garantia de que elas terão suas necessidades básicas garantidas, como educação, alimentação e higiene. É mais um bom argumento e incentivo para os casais homossexuais que desejam adotar. 

Fonte: Mariana Chalfon, psicóloga, de São Paulo FONTE:revistacrescer.globo.com

FEBRE EM CRIANÇA

Seu filho parece estar “quentinho” demais. Você checa a testa dele com as mãos, com os lábios. Busca o termômetro. Em minutos o diagnóstico se confirma. Ele está com febre! Aquela sensação de impotência alcança você. E, por mais que os pediatras afirmem que em 95% dos casos a febre é menos grave do que parece, haja tranquilidade para encarar dessa forma, especialmente em tempos de gripe suína, por exemplo, em que esse é um dos primeiros sinais. Independentemente de ser apenas um estado febril ou uma febre alta, o assunto preocupa. Muito! Por isso é responsável pela maior parte das consultas com o pediatra – e das ligações que eles recebem também.
Falar com o médico dá a sensação de que você não está parado, esperando, e sim fazendo alguma coisa pela criança, e as mães – sim, como você suspeitava, as mulheres são as que mais falam com o pediatra – ligam mesmo. “Recebo em média quatro ligações da mesma mãe confirmando as instruções que havia passado. Aconselho que sempre mantenham a calma. O medicamento fará efeito, mas nem todas conseguem esperar”, diz Gelsomina Colarusso Bosco, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz (SP).
É fundamental ter confiança no pediatra e seguir à risca todas as recomendações. “Fique atento aos sinais que acompanham a febre. Crianças com vômito, diarreia, manchas na pele, apatia, sonolência ou agitação devem ser atendidas rapidamente”, afirma. Faz diferença saber disso? Sim. Esses sinais podem ser um indício de uma doença grave. Nesse caso, fale com o médico (e conte os detalhes) ou vá para o pronto-socorro. O importante é fazer o diagnóstico rapidamente e tratar a doença que causa a febre.
A maior temperatura que o filho de Paula Regina de Sousa, 23 anos, mãe de Caio, de 1 ano e 6 meses chegou foi 39,9° C, aos 10 meses, por conta de uma virose. Mas ele estava bem, não parecia tão abatido pela doença. Já a mãe... “Para mim, a febre é pior que um machucado grave. Só de pensar, fico desesperada. Ele quebrou o dedinho, se cortou e caiu. Consegui manter a calma, mas com febre é diferente. É a maior situação de fragilidade para uma mãe. É algo que foge do controle. Cheguei a ligar para o meu marido chorando”, diz.
Dá para controlar a ansiedade, sim
Quem disse que seria fácil manter a calma? Nosso instinto não permite que fiquemos tranquilos diante de um filho doente. Mas perder completamente o controle é outra história. Por isso é tão importante que você saiba tudo sobre febre – inclusive o que é mito e quando deve agir (veja o quadro abaixo) .
Para começar, ela dificilmente vai causar danos cerebrais. O organismo tem controle sobre a temperatura. É como se o corpo da criança soubesse até onde pode chegar para não “estragar” nada. Casos mais graves são raros e não estão necessariamente ligados à febre alta. A convulsão febril atinge cerca de 5% das crianças entre 6 meses e 6 anos. Em alguns deles, a temperatura corporal pode ser de 37,5° C, o que indica que ocorre também com febre baixa. Na maioria dos casos é benigna e não deixa sequelas.
O que também causa desconforto são os conselhos, que chegam de todos os lados. Como em vários assuntos que estão relacionados à sáude do bebê, todo mundo vai ter uma receita mágica – ou uma história terrível – para deixar você de cabelo em pé e ainda abalar a sua segurança. Camila Conte Colombini, 29 anos, mãe de Beatriz, 2 anos, que tem bronquite, cansou de ouvir histórias que a deixavam com mais medo. “Dei um basta e decidi ser mais racional”. Ela combinou com o pediatra o que chama de procedimento padrão. “Dou antitérmico nas primeiras 24 horas e fico monitorando. Se a febre não baixar, ligo para ele” – não custa lembrar que isso não vale para todo mundo. Afinal, cada um deve ter o próprio “combinado” com o médico, e que isso só vale quando apenas a febre aparece, e não outros sintomas associados. Você pode ter um acordo também para emergências. Quem sabe assim não dê para encarar a febre com um pouco mais de tranquilidade?
SE A TEMPERATURA SUBIR
BEBÊS DE ATÉ 3 MESES
Qualquer temperatura acima de 37,8° C merece atenção especial porque a chance de ser uma doença grave é maior. Retire o excesso de roupa. Cheque a temperatura após 30 minutos. Caso não tenha baixado, ligue para o médico imediatamente.
CRIANÇAS ACIMA DE 4 MESES
Abaixo de 37,7º C: segundo os especialistas, não é necessário nem medicar (nem ligar para o médico) nem correr para o PS. Tire a temperatura a cada hora para ver se ela evolui.
Se for 37,8º C ou mais: ligue para o médico. Ele vai indicar um remédio ou pedir para ver a criança.
Ação do remédio: leva até duas horas para baixar 1° C. Se depois de três horas não baixar, o médico pode trocar o remédio.
Duração: depende da causa. As mais comuns, provocadas por viroses e amigdalites, levam de 24 a 72 horas para passar. Mas, se ficar estável por até 48 horas ou se piorar, ligue para o médico.
Cuidados a mais: faça compressas e banhos mornos 30 ou 40 minutos depois de medicar. Nunca ponha álcool na água da banheira pelo risco de inalação do vapor nem dê banho na água fria. Opte pelas roupas de algodão e ofereça água (ou o peito).revistacrescer.globo.com

13/05/2011

Parto Normal vs. Cesárea - (parte 2)

Parto Normal vs. Cesárea (parte 2): por que as taxas de cesárea são tão elevadas no Brasil?

Como comentamos no primeiro artigo desta série, as taxas de cesárea no Brasil têm se mantido em ascensão desde a década de 70 e atualmente correspondem a 47,4% dos partos (1). Essas taxas elevadas são decorrentes de um excesso de cesarianas realizadas sem indicação médica definida e se associam com aumento da morbimortalidade materna e perinatal (2, 3, 4).
Quando questionados sobre os motivos do excesso de cesáreas, muitos obstetras irão dizer que a principal causa é o desejo materno, a chamada "cesárea a pedido". Os debates éticos sobre cesariana a pedido são frequentes e já motivaram pareceres da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), dos Conselhos Regionais (CRM) e do próprio Conselho Federal de Medicina (CFM). Defende-se, e considera-se ético, o direito da mulher de escolher o tipo de parto. A principal justificativa é que os riscos absolutos da cesariana são mínimos e que se deve resguardar o princípio da autonomia (5, 6).
Infelizmente, essa justificativa só tem funcionado no sentido de defender o direito à "escolha" da cesariana, sendo a autonomia feminina frequentemente desrespeitada quando a mulher deseja um parto normal. Diversos estudos têm demonstrado que a maioria das mulheres brasileiras deseja um parto normal, embora apenas 20% das usuárias de convênio o consigam (7, 8, 9).
Um grande estudo publicado em 2001 por Potter et al. envolveu entrevistas com 1136 mulheres brasileiras. Cerca de 70 a 80% referiram preferência pelo parto normal e não houve diferença nessa preferência entre as pacientes atendidas pelo setor privado e pelo setor público, embora a taxa real de cesarianas tenha sido de 72% e 31% nesses grupos, respectivamente (7). Os autores concluíram que a grande diferença observada entre as taxas de cesariana no setor público e no setor privado é devida a uma maior taxa de cesarianas não desejadas no setor privado e não à preferência das mulheres por uma operação cesariana. Desta forma, a elevação das taxas de cesariana no Brasil não necessariamente reflete uma maior demanda por esta via de nascimento.
Em outro estudo publicado em 2008, os mesmos autores demonstraram que a maioria dessas cesáreas foi realizada por causas médicas não justificadas, principalmente entre as mulheres que, durante o pré-natal, tinham declarado preferência pelo parto normal! Os autores sugerem que os médicos frequentemente persuadem suas pacientes a aceitar uma cesariana programada por razões que não existem ou que não justificam este procedimento (8)
Em resumo, embora eventualmente algumas mulheres possam preferir uma cesariana e solicitar que o nascimento ocorra por esta via, as evidências demonstram que a maioria das mulheres brasileiras prefere o parto normal. Há um nítido descompasso entre o discurso médico e a voz das mulheres. Os primeiros alegam que grande parte das cesarianas eletivas sem indicação médica definida ocorre por solicitação das mulheres, enquanto estas últimas afirmam querer o parto normal (7- 9).
Por que então ocorrem as cesarianas? Há uma escassez de estudos sobre os motivos alegados para a realização das cesáreas, porém a frequência com que estas ocorrem especialmente no setor privado, sugere que muitas são realizadas por indicações duvidosas ou pretextos que não encontram suporte na literatura científica (7-11). Predominam as cesarianas eletivas (fora do trabalho de parto), atribuídas a circulares de cordão, redução do líquido amniótico, bebês "grandes demais" ou "pequenos demais", mitos desprovidos de fundamento que se vão perpetuando no imaginário popular.
A discussão constante sobre cesarianas a pedido, que respondem por uma minoria das cesarianas realizadas em nosso país, escamoteia essa face do problema. É preciso trazer à luz uma questão das mais relevantes: não é ético concordar com a mulher que durante o pré-natal verbaliza seu desejo de um parto normal e depois "criar" justificativas para realizar uma cesariana (10). Estima-se que 60% das cesarianas realizadas correspondam a razões "médicas" duvidosas ou não justificadas! (7-11).
No próximo artigo desta série, abordaremos os principais pretextos utilizados para justificar uma operação cesariana sem real necessidade médica.
REFERÊNCIAS
1.Departamento de Informática do SUS. Sistema de Informações de Nascidos Vivos. Disponível em
URL: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?idb2009/f08.def
Acesso em 18.01.2011
2. Villar J, Valladares E, Wojdyla D, Zavaleta N, Carroli G, Velazco A, Shah A, Campodónico L, Bataglia V, Faundes A, Langer A, Narváez A, Donner A, Romero M, Reynoso S, de Pádua KS, Giordano D, Kublickas M, Acosta A; WHO 2005 global survey on maternal and perinatal health research group. Caesarean delivery rates and pregnancy outcomes: the 2005 WHO global survey on maternal and perinatal health in Latin America. Lancet 2006; 367:1819-29.
3.Lumbiganon P, Laopaiboon M, Gülmezoglu AM, Souza JP, Taneepanichskul S, Ruyan P, Attygalle DE, Shrestha N, Mori R, Nguyen DH, Hoang TB, Rathavy T, Chuyun K, Cheang K, Festin M, Udomprasertgul V, Germar MJ, Yanqiu G, Roy M, Carroli G, Ba-Thike K, Filatova E, Villar J; World Health Organization Global Survey on Maternal and Perinatal Health Research Group. Method of delivery and pregnancy outcomes in Asia: the WHO global survey on maternal and perinatal health 2007-08. Lancet 2010; 375: 490-9.
4.Betrán AP, Merialdi M, Lauer JA, Bing-Shun W, Thomas J, Van Look P, Wagner M. Rates of caesarean section: analysis of global, regional and national estimates. Paediatr Perinat Epidemiol 2007; 21: 98-113.
5.Parecer CREMERJ 190/2008. Disponível em
URL: http://www.cremerj.org.br/skel.php?page=legislacao/resultados.php
Acesso em 18.01.2011
6.Ferrari J. A autonomia da gestante e o direito à cesárea a pedido. Revista Bioética 2009; 17: 473-85. Disponível em
URL:http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/viewFile/512/513
7.Rebelo F, da Rocha CM, Cortes TR, Dutra CL, Kac G. High cesarean prevalence in a national population-based study in Brazil: the role of private practice. Acta Obstet Gynecol Scand. 2010; 89: 903-8.
8.Potter JE, Berquó E, Perpétuo IH, Leal OF, Hopkins K, Souza MR, Formiga MC. Unwanted caesarean sections among public and private patients in Brazil: prospective study. BMJ.2001; 323: 1155-8. Disponível em
URL: http://www.bmj.com/content/323/7322/1155.full.pdf
9.Potter JE, Hopkins K, Faúndes A, Perpétuo I. Women's autonomy and scheduled cesarean sections in Brazil: a cautionary tale. Birth. 2008; 35: 33-40.
10.Faúndes A. Cesárea por conveniência e a ética médica. Disponível em
URL:http://www.cremesp.org.br/revistasermedico/sermedico040506_2002/sintonia.htm
11.Faúndes A, Padua KS, Osis MJD, Cecatti JG, Sousa MH. Opinião de mulheres e médicos brasileiros sobre a preferência pela via de parto. Rev Saúde Pública 2004; 38: 488-94. Disponível em
URL: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v38n4/21076.pdf

Dra. Melania Maria Ramos de Amorim - Colunista do Guia do Bebê

11/05/2011

Eclampsia 1

Eclampsia é a forma mais grave da doença pré-eclampsia. A doença é caracterizada pela hipertensão (alta pressão arterial) e proteinúria (presença de proteína na urina). Acomete mulheres na segunda metade da gravidez (após a 20ª semana de gestação).
A causa da pré-eclampsia ocorrer durante a gravidez é desconhecido. Sabe-se, no entanto, que a existência da placenta é obrigatória e que não precisa existir o feto. Alguns tumores placentários provocam pré-eclampsia sem que haja feto. A doença desaparece assim que a placenta sai do organismo da mulher.
A forma mais amena da doença é chamada de pré-eclampsia leve e a mulher pode até não notar sintomas. Por vezes, percebe-se um pequeno inchaço. A necessidade de se realizar um bom pré-natal é imensa durante toda a gravidez. O médico aferirá a pressão e fará freqüentes exames de urina para identificar a doença.
Já na pré-eclampsia grave, além do aumento da pressão arterial e proteinúria, inchaço, pode-se notar cefaléia (dor de cabeça), cansaço, sensação de ardor no estômago e alterações visuais ligeiras. Quando a eclampsia estiver iminente acontecerá hemorragias vaginais e diminuição dos movimentos do seu bebê.
A eclampsia é caracterizada quando a mulher com pré-eclampsia grave convulsiona ou entra em coma. A mulher tem convulsões porque a pressão sobe muito e, em decorrência disso, diminui o fluxo de sangue que vai para o cérebro. Essa é a principal causa de morte materna no Brasil atualmente.
Em cerca de 10% das gestações há a incidência de hipertensão, em sua maioria, na forma de pré-eclampsia leve. Os casos de eclampsia e pré-eclampsia ocorrem geralmente no oitavo ou nono mês.
Possuem maiores riscos de adquirir a doença as mulheres que engravidam mais velhas ou muito novas, que estão grávidas pela primeira vez, que têm histórico de diabetes, pressão alta, pré-eclampsia ou eclampsia, se há alguém na família que já teve a pré-eclampsia, e obesas. Porém, as mulheres que têm pressão normal e sem histórico também podem ser acometidas. Fonte:guiabebe.uol.com.br

10/05/2011

Parto humanizado devolve à mãe o controle no parto

Parto humanizado retoma antigos procedimentos e devolve à mãe o controle do ritmo do seu corpo na hora de dar à luz

Grande parte das mulheres passam a gestação preocupadas com a hora do parto, afinal a própria palavra se tornou sinônimo de algo sacrificado, difícil e até mesmo doloroso. Mas será que a hora de receber o bebê aguardado por nove meses deve ser realmente traumátca? Para a enfermeira obstetra Andréa Porto da Cruz, não.
Com experiência na área de obstetrícia, a enfermeira é defensora do parto natural humanizado e diz que com este método a mulher pode ter total domínio do momento do nascimento. “O parto natural ou humanizado representa uma retomada do método antigo de dar à luz quando a mulher dita o ritmo do parto, ela escolhe como terá o bebê e quando ele nascerá”, diz Andréa.
A diferença entre parto natural humanizado e o parto normal é justamente a maneira como o processo é conduzido. No parto humanizado o atendimento é centrado na mulher, que é tratada com respeito e de forma carinhosa, podendo desfrutar da companhia da família, caminhar, tomar banho de chuveiro ou banheira para aliviar as dores. As intervenções de medicamento, aceleração do parto ou mesmo o tradicional corte vaginal acontece somente quando é estritamente necessário.
“Hoje o parto normal é mesmo um sofrimento. A mãe tem que ficar deitada todo o tempo em que está em trabalho de parto, geralmente com soro que acelera o processo, na hora do parto ela é removida para outra sala e recebe de qualquer forma o corte vaginal. Além de tudo isso ela não pode gritar, andar e muitas vezes fica sozinha durante este processo”, explica a enfermeira.
Alguns hospitais oferecem uma situação mais acolhedora na hora do parto, com quartos que são usados antes, durante e depois do parto, mas a também enfermeira obstetra Karina Fernandes comenta que para isso toda a equipe deve estar preparada e disposta para enfrentar o trabalho de parto no ritmo da mulher.
Karina acompanha partos em casa. Ela diz que a mulher que opta pelo parto natural deve estar disposta e consciente de que terá papel ativo no parto. A enfermeira, quando solicitada para este tipo de parto caseiro, acompanha a gestante desde o início das contrações até o nascimento e deve estar preparada para levar a gestante para o hospital caso o parto natural não seja realmente possível.
O grande medo de toda mulher é a dor. Sobre isso, Andréa explica que ela varia muito de pessoa para pessoa e que ela pode ser aliviada de forma natural, com massagens nas costas, aromaterapia, banhos de chuveiro ou de banheira. O tempo em que a gestante fica em trabalho de parto também pode ser variado. Em geral a primeira gestação leva em torno de 16 horas, já as demais o tempo chega a 12 horas.
Para que os casos de intervenção sejam minimizados existem alguns procedimentos que podem ser feitos antes de se optar pela cesárea. “Colocamos a gestante para fazer alguns exercícios em bola de parto e outros aparelhos para recolocar o bebê em posição para o parto. Vamos monitorando o tempo todo, com o partograma, que é um gráfico para avaliar a evolução do parto e no caso de necessidade de intervenção e em ultimo caso encaminhamos para a Cesárea”, diz Andrea.
Além do fator humano e sentimental o parto natural também oferece uma recuperação mais rápida para a mãe e menos risco para o bebê, isso por que ao nascer de parto natural ele corre menos risco de aspirar liquido e também de infecções.
Hoje no Brasil são realizados 80% de Cesáreas em hospitais particulares. Na rede pública este número cai para 35%, mas o número de nascimentos por parto normal ainda está muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que estipula uma média de 15% de cesáreasFonte:.guiabebe.uol.com.br

09/05/2011

Síndrome de Down

Síndrome de Down é diagnosticada precocemente nos tratamentos de infertilidade
No processo de FIV - Fertilização “In Vitro”, é possível examinar embriões para verificar a existência de alguma doença genética ou cromossômica antes da implantação no útero da mãe. Assim, casais com chances de gerar filhos com problemas como Síndrome de Down, Distrofia Muscular, Hemofilia, entre outras anomalias genéticas, podem descobrir se o embrião possui tais doenças por meio do exame DPI - Diagnóstico Pré Implantacional. Essa técnica utilizada em tratamentos de fertilidade, consiste na retirada de uma célula do embrião, em laboratório, no terceiro dia de desenvolvimento, para análise, antes mesmo de ele ser colocado no útero. Este procedimento não afeta o futuro bebê e o resultado pode ser obtido em poucas horas.
Embriões com problemas podem não ser transferidos e, em casos especiais, o procedimento também pode ser utilizado em mulheres com mais de 40 anos. Nesta idade, as chances de gerar um filho com problemas genéticos são de uma em 40, ao passo que nas mulheres mais novas, até 35 anos, são de uma em 200. Além de ser utilizada para minimizar as possibilidades de anomalias no bebê, esta técnica também aumenta a probabilidade de resultados positivos na FIV, pois na maioria dos casos, embriões com anomalias são naturalmente descartados pelo organismo materno.
Segundo Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi, médico especialista em Infertilidade, esta técnica deve ser avaliada sob a luz dos princípios éticos e legais, pois a seleção e o descarte de embriões que tem condições de vida, mesmo com problemas genéticos, gera controvérsias que podem ser penalizados. Deve ser lembrado ainda que chances de erro, que podem chegar a 10%.
Já é possíveis detectar cerca de 6000 doenças, e este número pode aumentar ainda mais. Em muitos países, analisam-se até nove cromossomos representados pelos números 14, 15, 16, 17, e 22, mais os outros avaliados no Brasil. Estes caracterizam as anomalias mais freqüentes, representados pelos números 13, 18, 21 e pelos sexuais X e Y. Infelizmente não se pode examinar mais de cinco no país, porém, já é possível enviar a célula para ser analisada no exterior. Recentemente um novo exame realizado na Inglaterra - PGH (Preimplantacional Genetic Haplotyping) foi desenvolvida no Centro de Diagnósticos de Doenças Gênicas do Hospital Guy’s e St. Thomas em Londres coordenado pelo professor Peter Braude e Dra. Pámela J. Renwick e aumenta o número de doenças genéticas que podem ser diagnosticadas. Através deste exame diferente dos anteriores e mais simples, até 6000 doenças gênicas podem ser identificadas.
Síndrome de Down - a trissomia do cromossomo 21 é responsável por uma das deficiências mais conhecidas. Os portadores desta doença possuem traços bem característicos, desenvolvimento motor lento e retardo mental que pode variar entre o leve, moderado e severo.
A trissomia do cromossomo 13 é responsável pela Síndrome de Patau que tem como principais características: baixo peso corporal, deficiência mental e problemas respiratórios. Quarenta e cinco por cento dos bebês que nascem com esse problema morrem em um mês, 69% em seis e 72% morrem em um ano.
Síndrome de Edwards é representada pela trissomia do cromossomo 18. Cerca de 95% das gravidezes de fetos portadores dessa doença cromossômica evoluem para abortos espontâneos, 5 a 10% sobrevivem ao primeiro ano. Existem raros casos de adultos portadores desse problema. Retardamento mental, atraso do crescimento e, às vezes, malformações graves no coração, caracterizam esse problema.
Os cromossomos X e Y determinam o sexo do bebê, porém essa alternativa não deve ser utilizada para escolha. A presença desse item no diagnóstico tem importância na seleção de embriões que podem ter doenças específicas de determinado sexo, como é o caso da hemofilia que é uma dificuldade no processo de coagulação sanguínea que só atinge indivíduos do sexo masculino; e da Síndrome de Turner, que atinge somente as mulheres e tem como principal característica o infantilismo sexual e não desenvolvimento das capacidades reprodutivas.
Outras doenças ligadas a distúrbios genéticos ou cromossômicos são:
Coréia de Huntington – presença de movimentos involuntários caracterizados por contrações musculares irregulares e espasmos ocasionais (movimentos musculares não intencionais), perda gradual de células cerebrais e deterioração mental. A doença é hereditária e os sintomas surgem normalmente entre os 35 e 40 anos.
Distrofia Muscular Progressiva (DMP) - caracteriza-se por uma degeneração progressiva da musculatura. A ciência conhece mais de trinta formas diferentes dessa doença, que podem variar entre benignas e malignas. Os músculos atingidos dependem do tipo. Crianças e adultos de ambos os sexos podem ser afetados.
Fibrose Cística – Funcionamento anormal das glândulas salivares e das que produzem suor, lágrima e suco digestivo. A pessoa apresenta problemas intestinais, pois as enzimas não são liberadas para dentro do intestino e distúrbios respiratórios devido ao acumulo de muco que obstrui a passagem de ar para o pulmão.
Síndrome do X-frágil (SXF) – esse nome foi dado por esta doença ser causada por uma anomalia no cromossomo X. A SXF afeta o desenvolvimento mental, desde dificuldades no aprendizado até retardo profundo, de homens e mulheres, porém o sexo masculino está mais suscetível a ela. Estima-se que a doença afete uma em cada duas mil pessoas. Ela possui caráter hereditário e pode afetar diversos membros da mesma família sem apresentar características físicas marcantes.
O exame Genético e Cromossômico Pré Implantacional pode ajudar muitos casais que não conseguem engravidar, os que têm abortamentos repetitivos e aqueles que têm histórico familiar de doenças hereditárias transmissíveis. À medida que esse exame for realizado com freqüência, ele se tornará mais acessível para todos. Hoje em dia, já é realizado para doenças de aspectos genéticos que aparecem em uma fase tardia de vida, como por exemplo, o câncer de mama que é previsto na mulher por meio da biologia molecular. Na Inglaterra, já é possível analisar a presença de um gene chamado polipose adenomatosa familiar, que desencadeia câncer de cólon e de reto no início da adolescência, levando à morte.Fonte:guiabebe.uol.com.br

08/05/2011

Ter um filho após muitas dificuldades para engravidar

É inegável o fato de que as mulheres vêm mudando muito nas últimas décadas. Se considerarmos a sua entrada no mercado de trabalho, a independência financeira e sexual e a busca por direitos iguais aos dos homens, notamos que, com o passar dos anos, a identidade feminina mudou bastante.
No entanto, apesar de tantas mudanças, percebe-se que o desejo de ter filhos ainda continua para a maioria delas e é um importante referencial subjetivo quanto ao “ser mulher”.
Muitas mulheres com dificuldades para engravidar falam do quanto “se sentem menos femininas” e diferentes das demais por não conseguirem realizar este desejo.
A experiência da infertilidade costuma deixar uma marca de incapacidade e impotência no psiquismo da mulher, fazendo-a acreditar que não é capaz de gerar ou cuidar de uma criança.
Percebemos, na nossa prática clínica, que a gravidez alcançada, após um longo tratamento de reprodução humana assistida, geralmente, é vivida com muito mais inseguranças e medos em comparação às gestantes que não passaram por essa vivência.
O medo de “não possuir um bom útero” para abrigar um bebê sadio é freqüente, assim como receios de não levar a gravidez adiante, não conseguir amamentar, dentre muitos outros fantasmas.
Afastando “os fantasmas”
Na maioria dos caso s, essas inseguranças desaparecem nos primeiros meses após o nascimento do bebê, quando a mulher vai percebendo que seus cuidados estão sendo suficientes para manter a criança bem e também quando vai se familiarizando com esse novo papel.
Porém, faz-se relevante destacar que a experiência da infertilidade não traz consigo apenas mazelas. Todo o sofrimento trazido pela descoberta da infertilidade e o conseqüente tratamento pode resultar também em mães mais maduras e implicadas na criação de seus filhos, uma vez que a intensificação do desejo que ocorre durante a espera pela gravidez, acaba levando-as a refletirem mais sobre a maternidade e a investirem nessa criança muito antes dela ser concebida.
Luciana Leis é psicóloga. guiabebe.uol.com.br
É especializada no tratamento de casais com problemas de fertilidade.
Fale com ela: luciana_leis@hotmail.com

07/05/2011

Vale a pena adiar o sonho de ser mãe?

Tornar-se mãe é o maior desejo de quase todas as mulheres. Esta sempre foi uma prioridade tanto que, há até bem pouco tempo, tinham uma vida de dedicação plena ao marido, aos filhos, à vida doméstica, enfim, somente à família. Hoje, as mulheres - principalmente as de classe média - têm outros objetivos e perspectivas como conquista de novos espaços, realização pessoal nos campos afetivo, profissional, social, financeiro e sexual.
Os métodos contraceptivos absolutamente confiáveis, atualmente, como a pílula anticoncepcional, já há quase quatro décadas vêm mudando radicalmente o comportamento sexual feminino, propiciando independência em termos de prevenção da gravidez não desejada, o que antes era possível somente com a participação efetiva do homem.
Com o domínio da concepção, as mulheres assumiram nova postura na sociedade, saindo do lar e entrando no mercado de trabalho. Assim, tornaram-se "independentes e emancipadas" sob os pontos de vista sexual e financeiro, mudando suas prioridades quando comparamos as mulheres do final do século passado e início do século 21 com as de gerações anteriores, cujo horizonte restringia-se, na maioria das vezes, a casar e ter filhos, mal saídas da adolescência.
Esta nova postura não significa que as mulheres não queiram mais casar nem ter filhos, mas sim que essa decisão vem sendo postergada pelos mais variados motivos, dentre os quais se destacam a prioridade pela formação profissional e acadêmica, viagens e independência financeira, dentre outros.
Se por um lado esses motivos são absolutamente compreensíveis, por outro, os estudos mostram que as chances de gestação diminuem com a idade, em decorrência de problemas ginecológicos inúmeros, como cistos, miomas, infecções e endometriose, além de fatores decorrentes da própria idade, pois os óvulos perdem a capacidade de gerar bons embriões, com o tempo. Evidentemente que, cada mulher, com seu livre arbítrio, tem sua razão individual para adiar a gravidez, mas é preciso levar em conta as complicações decorrentes do tempo.
O aprimoramento das técnicas de reprodução assistida e a introdução de novos e modernos tratamentos podem transmitir a falsa sensação de que a infertilidade conjugal é um problema de fácil solução. Nesse aspecto, entretanto, ainda é melhor prevenir do que remediar, uma vez que os tratamentos podem ser longos, caros e, por vezes, mal sucedidos.
A idade ideal para se ter um filho, de maneira a garantir que a gestação ocorra com mais facilidade e maiores chances de sucesso é no final da adolescência, mas isto nem sempre é o ideal ou o possível. No entanto, para garantir que a gestação ocorra com mais facilidade e maiores chances de sucesso o ideal é não ultrapassar os 35 anos de idade. Para isso, é necessário planejamento.
Se o casal tem como objetivo constituir família com filhos, deve-se priorizar este projeto a fim de evitar problemas futuros e não deixá-lo por último, depois da carreira e da viagem para a Europa, por exemplo. A opção por atrasar a chegada do bebê pode ser irreversível, mas a carreira e a viagem com certeza não o são.
Acompanhamos, com certa preocupação, a divulgação de verdadeiros "milagres", como a possibilidade real e imediata de congelar óvulos hoje e conseguir a gestação com facilidade daqui a alguns anos, sem, no entanto, deixar claro as reais taxas de gravidez obtidas por esse método.
Esses e outros aspectos devem ser objeto de avaliação por parte da mulher que pretende constituir família. Nesse sentido, torna-se fundamental que ela procure ter orientações claras e precisas de seu ginecologista, especialmente quando tiver que decidir prioridades em suas vidas, entre elas a de quando ser mãe. Vale lembrar que a mesma ciência que contribuiu de modo fundamental e eficaz no controle da fertilidade ainda não oferece as mesmas chances no tratamento da infertilidade. Fonte:guiabebe.uol.com.br

06/05/2011

Infertilidade: de quem é a culpa?


Homens também têm dificuldade para “engravidar”

Especialista diz que causa da infertilidade é 40% deles e 40% delas.
A infertilidade atinge mais de 10% das pessoas entre 25 e 45 anos no mundo inteiro. Casais jovens, recém-casados ou mesmo quem já está casado há muito tempo e não consegue ter filhos sofre com o problema. Para muitos, o fato de não dar à luz um bebê é motivo de frustração profunda e até mesmo de crises conjugais. A desinformação ainda leva muitas pessoas a atribuírem às mulheres a “culpa” por não poder fazer a família crescer. Desconhecem que os homens podem apresentar problemas na mesma proporção que suas parceiras.
“A infertilidade não é causada exclusivamente por um problema na mulher ou no homem. Os motivos que costumam dificultar uma gravidez normalmente se referem a homens e mulheres em partes iguais, isto é, 40% associados a eles, 40% a elas e 20% ao casal”, diz Silvana Chedid, ginecologista especializada em Medicina Reprodutiva.  
Segundo a médica, infertilidade significa dificuldade de se obter gestação após, pelo menos, um ano de manutenção de relações sexuais regulares, sem uso de métodos anticoncepcionais. Livres de preconceitos, homem e mulher devem buscar ajuda para resolver o problema e conseguir a tão desejada gestação.
“O homem pode ser investigado de maneira simples e quase sempre concentrada em um único exame: o espermograma. Ele avalia o número e a qualidade dos espermatozóides. Para que o exame seja considerado normal, é necessário haver um número mínimo de espermatozóides com motilidade rápida e forma normal. No caso da mulher, a investigação é um pouco mais ampla. Os exames fundamentais são: dosagens hormonais, ultra-sonografia transvaginal, e histerossalpingografia”, diz Silvana.
Em alguns casos, afirma a especialista, podem ser necessários exames um pouco mais sofisticados, como vídeo histeroscopia (para avaliação da cavidade uterina) e vídeo laparoscopia. “Quando o casal demora a buscar ajuda especializada e chega a um ponto de crise, é necessário, também, todo um acompanhamento psicológico. Afinal, o equilíbrio emocional é fator determinante no sucesso do tratamento”.Fonte:guiabebe.uol.com.br

05/05/2011

Filhos de uma união entre primos: é ou não aconselhável?

Filhos de uma união entre primos: é ou não aconselhável?

Todo mundo diz que casar com o primo de primeiro grau é muito perigoso, pois pode gerar filhos com deficiências. Esse tema é cercado de preconceito e incertezas, que passa de gerações para gerações sem que se discuta qual a verdadeira lógica dessa afirmação.
De acordo com uma pesquisa do Conselho Nacional da Sociedade de Genética dos Estados Unidos, o risco de um casal sem parentesco gerar um filho com deficiência é de 3%. Já para casais que têm consanguinidade, o risco sobe para quase 6%. Isso quer dizer que há a possibilidade de 94% do bebê fruto de uma relação entre parentes nascer saudável.
O pequeno aumento no risco ocorre porque as pessoas que possuem parentesco podem portar alguns dos mesmos genes causadores de doenças, herdados de ancestrais comuns.
Cientistas da Universidade de Massachusetts afirmam num artigo publicado na revista científica Public Library of Science que casais primos têm o mesmo risco de desenvolver um bebê com deficiência do que uma mulher que gere um bebê aos 40 anos. Dificilmente alguém desaconselha uma mulher de 40 anos ter um bebê, mas isso acontece, e muito, com um casal que são primos.
O que os casais que têm consanguinidade precisam fazer é um aconselhamento genético. Nesse aconselhamento serão feitos estudos na família e levantado o risco daquele casal específico de desenvolver alguma alteração no filho que será gerado.
Para os casais que vêm de famílias sem histórico de doenças genéticas, o risco é realmente baixo. No caso de famílias em que são comuns casos de doenças genéticas graves, como as que levam à surdez e a problemas neurológicos, o risco cresce bastante. O casal deve fazer pelo menos uma avaliação antes da decisão de ter filhos.
Depois do aconselhamento genético, a decisão de ter filhos e de determinar se o risco é grande ou não são dos pais.  Fonte:guiabebe.uol.com.br